Com apenas uma semana de portas abertas, o 76º Salão de Abril já recebeu mais de 600 visitantes na Casa Barão de Camocim, em Fortaleza. A exposição, que segue até o dia 29 de junho com entrada gratuita, reúne 39 artistas nordestinos e se firma como um espaço de encontro entre arte, memória e território. O evento tem se destacado não apenas pela diversidade de linguagens artísticas apresentadas, mas também pelo seu compromisso com a acessibilidade e a formação cultural.
Durante a primeira semana, o salão recebeu públicos variados, entre estudantes, professores, pesquisadores e curiosos pela cena artística local. Um dos grupos visitantes foi o do Instituto Brasileiro Pró-Educação, Trabalho e Desenvolvimento (ISBET), que levou jovens aprendizes para uma imersão cultural no espaço. A experiência foi marcada por descobertas e reflexões.
“Estou gostando bastante. Nunca tinha vindo a esse local, a Casa do Barão de Camocim. Aqui tem várias obras atuais, de artistas de 2025. Uma das obras, por exemplo, me ensinou sobre a fragilidade de algumas estruturas de Fortaleza, que muitas vezes priorizam o retorno financeiro em vez do significado cultural que elas carregam”, relatou Otavio Ferreira, um dos estudantes visitantes.
Para o professor e historiador Yago Belarmino, a visita foi muito mais que um passeio. “Eu trouxe os alunos para que pudessem ter um pouco dessa vivência, dessa experiência cultural que está sendo proporcionada. A gente percebe que alguns desses alunos, por causa da condição social, não têm tantas oportunidades de vivenciar esses espaços. É um grande ganho pedagógico, educacional, para que eles tenham acesso a esse tipo de informação cultural”, destacou.
Uma mostra inclusiva e conectada com o presente
Sob o tema “Despertar à Terra”, a curadoria de Aline Ambrósio e Wes Viana propõe um olhar sensível sobre o meio ambiente, o pertencimento e o patrimônio cultural. A mostra também presta homenagem ao Mestre da Cultura Júlio Santos, referência na fotopintura e preservação da memória visual do Ceará.
O Salão de Abril deste ano reforça seu caráter inclusivo com uma estrutura que contempla rampas de acesso, elevador interno, audiodescrição e textos em Libras. Além disso, grupos que necessitarem de intérprete de Libras podem solicitar o serviço durante o agendamento da visita.
As visitas acontecem de terça a sexta-feira, das 9h às 17h, e aos sábados, das 9h às 16h, mediante agendamento prévio. Escolas, universidades, coletivos culturais, empresas e demais interessados devem entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou através do perfil no Instagram @casa.baraocamocim.
Realizado pela Prefeitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Municipal da Cultura (Secultfor) e do Instituto Cultural Iracema (ICI), o 76º Salão de Abril reafirma seu lugar como uma das mais importantes vitrines da arte contemporânea no Brasil — agora ainda mais aberta, acessível e transformadora.
